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	RECOMENDAÇÕES 
	 
	Tratamento do IAM - SOCERJ 
	 
	Coordenação: 
	 
	César Cardoso de Oliveira - Presidente da SOCERJ  
	Eduardo Nagib Gaui - Presidente do DDC  
	Luiz Antonio Campos - Diretor Científico 
	 
	Participantes 
	 
	Claudio Gil Soares Nelson Bärg  
	Glaucia Moraes Ricardo Mourilhe Rocha 
	Helio Roque Figueira 
	Jayme de Barros Freitas Roberto Esporcatte 
	Myriam Solange Pereira Bueno Vinicio Elia Soares 
	 
	I- INTRODUÇÃO 
	 
	Dados do Ministério da Saúde relativos ao ano de 1996 nos fazem saber que o 
	Estado do Rio de Janeiro possui a maior taxa bruta de mortalidade dentre os 
	estados da região sudeste e a quarta maior do Brasil (8,2 óbitos por 1000 
	hab.). As doenças cardiocirculatórias são responsáveis pela maioria dos 
	óbitos na população adulta. No Estado do Rio de Janeiro 33,6% de todos os 
	óbitos têm como causa doenças do aparelho cardiocirculatório e este número 
	chega à 37,9% quando focamos apenas a população com mais de 35 anos de idade 
	independente do sexo.  
	 
	Ainda segundo a mesma fonte, a taxa específica de mortalidade por doença 
	isquêmica do coração é, no nosso estado, de 84,2 óbitos por 100.000 
	habitantes, considerando todas as faixas etárias; taxa esta que assume 
	valores de 440,6 por 100.000 habitantes quando observamos a população acima 
	dos 35 anos de idade. Estes números surpreendem quando constatamos que esta 
	é a maior taxa de mortalidade por doença isquêmica do coração dentre todos 
	os estados brasileiros. 
	 
	Outros dados importantes podem ser obtidos a partir do Projeto BÚSSOLA, 
	trabalho que teve como objetivo avaliar a utilização da terapia trombolítica 
	e a disponibilidade de recursos técnicos e humanos para o atendimento a 
	pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) nas unidades 
	de emergência da cidade do Rio de Janeiro e, nos faz tomar ciência de que em 
	33,4% das emergências da rede pública não há drogas trombolíticas 
	disponíveis. 
	 
	Estes dados acima assumem significativa importância quando hoje sabemos que 
	quando um paciente com suspeita de IAM chega ao setor de emergência, a 
	avaliação diagnóstica e da terapêutica deve ocorrer o mais rapidamente 
	possível pelos benefícios que a reperfusão oferece, especialmente quando 
	iniciada precocemente. Em comparação com o tratamento clássico, a terapia 
	trombolítica traz uma redução proporcional de 21% de mortalidade nos 
	primeiros 35 dias em pacientes com IAM e elevação de segmento ST, o que 
	corresponde à redução global de 21 mortes por cada 1000 pacientes tratados. 
	O maior benefício ocorre quando a trombólise é instituída nas primeiras 6 
	horas a partir do início dos sintomas, apesar de ainda haver benefício 
	observado quando utilizada nas primeiras 12 horas. Estima-se que 35 vidas 
	por cada 1000 pacientes tratados sejam salvas quando a terapia trombolítica 
	se inicia na primeira hora desde o início dos sintomas comparado com 16 
	vidas salvas quando tratamos o paciente entre a 7ª e a 12ª hora. 
	 
	Diante do que foi apresentado, o Departamento de Doença Coronariana da 
	Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro elaborou este documento 
	que pretende ser mais um instrumento prático de consulta para os 
	profissionais da área de saúde que lidam no seu cotidiano com a suspeita ou 
	diagnóstico estabelecido de IAM. 
	
	  
	II- ABORDAGEM INICIAL 
	 
	Para que o diagnóstico de IAM seja realizado é necessário a presença de pelo 
	menos dois dos seguintes critérios: história ou dor precordial do tipo 
	isquêmica, alterações evolutivas no ECG e nos marcadores séricos de necrose 
	miocárdica.  
	 
	A dor é usualmente precordial retro-esternal, tipo constrictiva, em aperto, 
	queimação ou peso, de duração maior que 30 minutos, com ou sem irradiação (mandíbula, 
	dorso, região epigástrica, membros superiores ou todo o precórdio), 
	acompanhada de náuseas, sudorese, vômitos, diarréia, palidez cutânea e mal 
	estar geral. Em alguns casos, o paciente não apresenta dor torácica, mas 
	equivalentes de dor como astenia, cansaço, dispnéia aos esforços, dispnéia 
	paroxística noturna ou edema pulmonar agudo. 
	 
	Devemos lembrar que um número expressivo de pacientes se apresenta na fase 
	superaguda do IAM com ECG absolutamente normal ou com alterações 
	inespecíficas, sendo mandatório para este subgrupo um período maior de 
	observação para a definição diagnóstica. A realização de ECG seriados 
	colaboram para o diagnóstico final. 
	 
	A tabela 1 correlaciona as alterações do ECG com os tipos de IAM e suas 
	principais complicações. Usualmente há dominância esquerda, porém as 
	variações anatômicas são freqüentes. A elevação do segmento ST maior ou 
	igual a 1 mm deverá ser vista em duas ou mais derivações anatômicas 
	contíguas.  
	 
	TABELA 1 
	
		
			| 
			Tipo de IAM  
			 | 
			
			Alteração no ECG   | 
			
			Artéria relacionada   | 
			
			Complicações   | 
		 
		
			| Septal  | 
			V1- V4  | 
			Descendente anterior  | 
			Bloqueio infranodal e de ramos | 
		 
		
			| Anterior | 
			V3- V4  | 
			Ramo diagonal  | 
			Disfunção de VE, ICC, BRE/BRD, BAVT, ESV  | 
		 
		
			| Lateral  | 
			V5- V6 – DI- AVL  | 
			Circunflexa  | 
			Disfunção de VE, BAV nodal | 
		 
		
			| Inferior  | 
			DII- DIII- AVF  | 
			Descendente posterior  | 
			Hipotensão, sensibilidade à NTG e Morfina, BAV nodal  | 
		 
		
			| VD  | 
			V3r-V4r (DII,DIII,AVF)  | 
			Coronaria direita  | 
			Hipotensão, BAV, FA, Flutter, ESA,  
			Reação adversa à drogas  | 
		 
		
			| Posterior  | 
			V1 a V4, V7 e V8  | 
			Ramo circunflexo Descendente posterior  | 
			Disfunção VE  | 
		 
	 
	Os marcadores séricos de necrose miocárdica usualmente 
	utilizados são a creatinofosfoquinase ( CK) e a sua fração MB (CK-MB), porém 
	outros podem ser utilizados, como a mioglobina e as troponinas T e I.  
	 
	A dosagem de CPK pode estar elevada também nos casos de doenças musculares, 
	diabetes mellitus, intoxicação alcoólica, trauma muscular esquelético, 
	exercício vigoroso, convulsões, injeções intra-musculares e tromboembolismo 
	pulmonar. A CK-MB também pode se elevar nos grandes traumas; cirurgias ou 
	infarto de intestino delgado; enfermidades, traumas ou cirurgias na lingua, 
	diafragma, útero e próstata. 
	 
	Nos centros aonde forem disponíveis, a mioglobina (alta sensibilidade/baixa especificidade), a troponina I ou T (alta sensibilidade e 
	especificidade) e a CK-MB massa (técnica de imunoensaio que utiliza 
	anticorpos monoclonais diretamente contra a CK-MB, mais precoce e mais 
	específica que esta) podem fazer parte do protocolo de avaliação da dor 
	torácica. 
	 
	A tabela 2 nos mostra a relação da detecção dos marcadores séricos de dano 
	miocárdico com o intervalo de tempo. 
	 
	TABELA 2 
	  
		
			| 
			Marcadores séricos  | 
			
			Detecção inicial  | 
			
			Máxima atividade  | 
			
			Normalização média  | 
		 
		
			| Mioglobina | 
			1 a 3 horas  | 
			6 a 9 horas  | 
			36 horas  | 
		 
		
			| Troponina T  | 
			2 a 4 horas  | 
			12 horas  | 
			10 a 14 dias  | 
		 
		
			| Troponina I  | 
			4 a 6 horas  | 
			12 horas  | 
			7 a 10 dias  | 
		 
		
			| CK-MB  | 
			3 a 5 horas  | 
			24 horas  | 
			2 a 4 dias  | 
		 
		
			| CK total  | 
			4 a 8 horas  | 
			12 a 24 horas  | 
			3 a 4 dias  | 
		 
	 
	A ecocardiografia Doppler é útil não só na detecção da 
	doença coronariana, bem como para traçarmos o prognóstico da mesma. A 
	presença de anormalidades da contração segmentar associada a dor prolongada, 
	mesmo com clínica não característica e ECG não diagnóstico, é altamente 
	sugestiva de IAM; enquanto que a ausência da mesma ou a presença de 
	disfunção que acometa difusamente o VE têm alto valor preditivo negativo. É 
	importante lembrarmos que as anormalidades segmentares dos ventrículos se 
	apresentam também em outras situações clínicas, como por exemplo: 
	miocardites, cardiomiopatias, sepsis e outras síndromes isquêmicas 
	miocárdicas. Não é ainda possível com a ecocardiografia convencional a 
	distinção entre a isquemia e a necrose miocárdica agudas.  
	 
	O diagnóstico diferencial do IAM deverá ser feito com outras condições como 
	dissecção aórtica, tromboembolismo pulmonar, pericardite, doenças 
	músculo-esqueléticas, herpes zoster, doença péptica, colecistite , 
	pancreatite aguda, ruptura de esôfago e pneumonias. 
	 
	III- TERAPIA DE REPERFUSÃO: 
	 
	O processo agudo trombótico oclusivo da artéria coronária, que ocorre em uma 
	placa ateroesclerótica vulnerável, determina o desenvolvimento da necrose 
	miocárdica. O pronto e efetivo restabelecimento do fluxo sangüíneo, que pode 
	ser atingido tanto por drogas trombóliticas quanto pela angioplastia 
	primária, determina significativa redução da mortalidade e preservação da 
	função ventricular. 
	 
	III-1- Terapia Trombolitica: 
	 
	A administração das drogas trombolíticas por via venosa é um procedimento 
	seguro e simples de ser realizado, e comprovadamente eficaz na diminuição da 
	mortalidade e das complicações do IAM. A trombólise não requer condições 
	especiais, podendo ser feita em salas de emergência que possuam recursos 
	mínimos como um desfibrilador e monitor cardíaco. 
	 
	INDICAÇÕES  
	 
	Dor precordial típica e ECG com: 
		- 
		
Supra desnível do segmento ST maior do que 1 mm em pelo 
		menos duas derivações que explorem a mesma parede nas derivações 
		periféricas, ou um supra desnível de ST maior que 2 mm em pelo menos 
		duas derivações contíguas no plano horizontal.  
		Bloqueio de ramo no ECG.  
		- 
		
Nos pacientes com evolução acima de 12 horas que 
		mantenham dor persistente e supra de ST, a terapia com trombolíticos 
		deve ser considerada, afastados os diagnósticos de pericardite e 
		dissecção aórtica.  
	 
	CONTRA-INDICAÇÕES: 
	 
	Absolutas: 
		- 
		
Sangramento interno em atividade (exceto menstruação).  
		- 
		
Suspeita de dissecção aórtica.  
		- 
		
Neoplasia intracraniana conhecida.  
		- 
		
História de acidente vascular encefálico (AVE) 
		hemorrágico em qualquer tempo; outros AVE ou eventos cerebrovasculares 
		no último ano.   
	 
	Relativas: 
	 
		- 
		
Hipertensão arterial grave mantida (>180 mmHg de 
		sistólica e > 110 mmHg de diastólica)  
		- 
		
Ressuscitação cardio-respiratória traumática (fraturas 
		de costelas, pneumotórax, intubação oro-traqueal traumática, etc.) ou 
		prolongada > 10 min.  
	 
	Gravidez 
	Trauma recente, incluindo trauma de crânio, até 2 a 4 semanas. 
	 
		- 
		
Outras doenças intracranianas   
		- 
		
Uso de anticoagulante (INR > 2), diátese hemorrágica 
		conhecida  
		- 
		
Punções vasculares não compressíveis.  
		- 
		
Uso de estreptoquinase nos últimos 24 meses; 
		antecedentes de reação alérgica a estreptoquinase.  
		- 
		
Neoplasia ou doença com possível anormalidade torácica, 
		abdominal ou intracraniana.  
		- 
		
História de hipertensão arterial crônica grave.  
		- 
		
Úlcera péptica ativa.  
		- 
		
Sangramento interno recente (2 a 4 semanas).  
		- 
		
Grande cirurgia até 3 semanas  
	 
	Os agentes trombolíticos aprovados para o uso no Brasil são: 
	 
	* Estreptoquinase : 1,5 milhões de unidades em 1 hora de infusão (solução de 
	dextrose a 5% ou fisiológica a 0,9%). 
	 
	* Ativador do plasminogênio tecidual (rt-PA) :  
	 
	- Forma acelerada: 15 mg em bolus, seguido de 0,75 mg/Kg em 30 minutos (não 
	exceder 50 mg), e mais 0,5 mg/Kg nos próximos 60 minutos (dose máxima de 35 
	mg), em solução de dextrose a 5% ou solução fisiológica a 0,9% 
	 
	A escolha dos agentes trombolíticos baseia-se em nosso meio principalmente 
	na disponibilidade e custo, sendo a estreptoquinase a opção preferencial. No 
	entanto outros fatores devem ser considerados. Parece haver maior benefício 
	com o rt-PA nos infartos extensos, com delta T curto e baixo risco de 
	hemorragia intra-cerebral. Por outro lado, a STK traz maiores benefícios nos 
	IAM que se apresentem tardiamente, nos que tenham maior risco de hemorragia 
	intra-craniana e naqueles com menor quantidade de miocárdio em risco.  
	 
	A terapia trombolítica está associada com um maior risco de AVE. Os 
	seguintes fatores parecem ter importância nesta asociação: idade > 65 anos, 
	baixo peso corporal (<70 kg), hipertensão inicial (PA> 180/110 mmHg) e uso 
	de anticoagulantes. Deve-se tentar a redução das cifras tensionais antes de 
	iniciar a terapia trombolítica, embora esta estratégia não tenha demonstrado 
	claramente redução na incidência de AVE.  
	 
	Quando utilizada em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde(SUS), 
	estes são reembolsados, baseado em tabela publicada no Diário Oficial da 
	União – DOU, no 112 de junho de 1994. Por cada frasco de estreptoquinase 
	utilizada (250.000UI), o SUS paga R$88,27. Portanto para o tratamento aceito 
	universalmente de 1.500.000 UI, o SUS reembolsa R$529,62. Para tanto o 
	hospital deverá comprovar o uso da estreptoquinase e remeter ao SUS o 
	formulário de reembolso do paciente com o código apropriado. Para cada 
	ampola utilizada de 250.000 UI da medicação há um código para o procedimento 
	"estreptoquinase 250.000 UI" como exemplificado a seguir:  
	 
	- Quantidade/código: 01 unidade /99-063-01-8; 02 unidades/ 99-063-02-6; 03 
	unidades /99-063-03-4; 04 unidades / 99-063-04-2; 05 unidades/ 99-063-05-0; 
	06 unidades/ 99-063-06-9.  
	 
	III-2- ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL CORONÁRIA (ATC): 
	 
	É importante que se definam alguns termos freqüentemente confundidos em 
	relação à abordagem do IAM através a angioplastia transluminal coronária (ATC):
	 
	 
	- Angioplastia primária (ou angioplastia direta): ATC realizada nas 
	primeiras 6-12 h do IAM, sem uso prévio de trombolíticos. 
	 
	- Angioplastia de resgate (ou salvamento): ATC realizada após o insucesso da 
	terapêutica trombolítica. 
	 
	- Angioplastia imediata: ATC que se realiza imediatamente após a terapia 
	trombolítica bem sucedida. 
	 
	- Angioplastia tardia: ATC que se realiza entre 1 e 7 dias, antes da alta 
	hospitalar, com ou sem uso prévio de trombolíticos. 
	 
	Apesar das vantagens comprovadas da terapia trombolítica, algumas limitações 
	persistem: 
	 
	- Cerca de 20% das artérias relacionadas ao infarto (ARI) permanecem 
	ocluidas e cerca de 45% destas, tinham o fluxo restabelecido em apenas TIMI 
	2 (tabela 3) 
	 
	- Não existe, até o momento, nenhum marcador clínico, eletrocardiográfico ou 
	laboratorial eficaz e confiável de que ocorreu a reperfusão efetiva 
	 
	- A isquemia recorrente ocorre em 15 a 30 % dos pacientes.  
	 
	- Nível elevado de acidentes vasculares encefálicos hemorrágicos: 0.5 à 1.5%.
	 
	 
	Classificação de fluxo coronariano utilizada no estudo TIMI: 
  
		
			| 
			
			TIMI 0 | 
			Ausência de fluxo na artéria 
			relacionada ao infarto (ARI)  | 
		 
		
			| 
			
			TIMI 1 | 
			Pequena quantidade de constraste ultrapassa a 
			obstrução da ARI 
			 | 
		 
		
			| 
			
			TIMI 2 | 
			O contraste ultrapassa e perfunde a ARI até sua 
			porção distal com fluxo lento  | 
		 
		
			| 
			
			TIMI 3 | 
			Fluxo normal na ARI  | 
		 
	 
	Em função destes problemas a angioplastia no IAM surgiu e 
	desenvolveu-se como uma alternativa eficiente.Vários estudos que compararam 
	ATC primária com o uso de trombolíticos constataram superioridade da 
	primeira em relação à mortalidade intra e extra-hospitalar, isquemia 
	recorrente, taxas de acidentes vasculares hemorrágicas, tempo de internação, 
	taxa de reinfarto e revascularização da lesão alvo. 
	 
	A utilização de dispositivos intracoronários (Stent) permitiu superar 
	importantes limitações da ATC convencional: altas taxas de reinfarto, os 
	episódios de isquemia recorrente na fase hospitalar, reoclusão, reinfarto 
	tardio, impossibilidade de se abordar lesões complexas e as ainda 
	preocupantes taxas de reestenose (20% a 40%). 
	 
	O tratamento trombolítico deve ser sempre utilizado nos casos em que não 
	exista laboratório de hemodinâmica disponível e/ou hemodinamicistas 
	experientes. Entretanto, nos casos inelegíveis para tratamento trombolítico, 
	nos casos sem sinais de reperfusão, nos infartos extensos, nos pacientes com 
	instabilidade hemodinâmica ou choque cardiogênico, deve ser considerada a 
	possibilidade de transferência imediata para outro hospital próximo, que 
	disponha de um laboratório de hemodinâmica. 
	 
	Evidentemente nem sempre as condições ideais estão disponíveis na grande 
	maioria dos hospitais, especialmente no Brasil. Poucos centros (menos de 20% 
	nos EUA e menos de 10% na Europa) têm facilidades para angioplastia primária 
	e, estes números são menores ainda considerando-se apenas aqueles que 
	funcionam em regime de 24 horas todos os dias da semana. 
	 
	A tabela 3 resume as principais vantagens e desvantagens destas duas 
	terapias de reperfusão. 
	 
	TABELA 3 
  
		
			| ASPECTOS  | 
			ANGIOPLASTIA 
			 | 
			TROMBÓLISE  | 
		 
		
			| 1) Taxa de reperfusão  | 
			acima de 90%  | 
			entre 55 e 80%  | 
		 
		
			| 2) Obtenção de fluxo TIMI 3  | 
			acima de 90%  | 
			inferior a 50/60 % | 
		 
		
			| 3) Contra-indicações  | 
			menos freqüentes | 
			mais freqüentes  | 
		 
		
			| 4) Lesão resdual  | 
			pode ser tratada  | 
			não pode ser tratada | 
		 
		
			| 5) Identificação da reperfusão  | 
			imediata e precisa  | 
			não definida | 
		 
		
			| 6) Identificação de outras lesões  | 
			possível  | 
			impossível | 
		 
		
			| 7) Aspectos logísticos  | 
			maior complexidade  | 
			menor complexidade | 
		 
		
			| 8) Choque cardiogênico  | 
			maior benefício  | 
			menor benefício | 
		 
		
			| 9) Acidente Vascular Encefálico  | 
			menor freqüência | 
			maior freqüência | 
		 
		
			| 10) Dúvida diagnóstica  | 
			oferece auxílio  | 
			não oferece auxílio | 
		 
		
			| 11) Uso de balão intra-aórtico  | 
			facilidades  | 
			riscos do estado lítico  | 
		 
		
			| 12) Ruptura cardíaca  | 
			menor incidência  | 
			maior incidência  | 
		 
		
			| 13) Disponibilidade  | 
			menor  | 
			maior | 
		 
		
			| 14) Custo inicial Custo final  | 
			maiores tendem a ser menores  | 
			menores variável  | 
		 
	 
	Após a ATC, a heparina endovenosa deve ser empregada em 
	doses plenas por 48h de rotina e a AAS 200 mg VO indefinitamente. Quando do 
	uso de Stent, emprega-se ticlopidina 500 mg de 12/12 horas nas primeiras 
	48/72 horas (nos pacientes não pré-tratados) seguida de 250 mg de 12/12 h 
	durante 30 dias. Nos pacientes de alto risco deve-se considerar o uso de 
	heparina de baixo peso molecular por uma a duas semanas. 
	 
	IV -DROGAS COADJUVANTES NO TRATAMENTO DO IAM:  
	 
	1- Aspirina e outros antiagregantes plaquetários: 
	 
	- Reduz a mortalidade do IAM em 23% quando isolada e em 42% quando associada 
	à estreptoquinase. 
	 
	- Dose diária de 160-325 mg (utilizamos 200 mg) sendo iniciada o mais 
	precoce possível , em todos os pacientes exceto quando há contra-indicação 
	ou hipersensibilidade à aspirina. 
	 
	- Não há evidências de que dipiridamol, ticlopidina e clopidogrel sejam 
	superiores à aspirina. 
	 
	Os agentes inibidores dos receptores de glicoproteína IIb/IIIa, como o 
	abciximab, tirofiban e o lamifiban, parecem induzir à patência vascular mais 
	rapidamente e com melhor fluxo e reperfusão mais estável, porém, não existem 
	ainda evidências que nos faça recomenda-los de forma rotineira no IAM. 
	 
	2- Oxigênio: 
	 
	- A hipoxemia é frequente mesmo no IAM não complicado. 
	 
	- Deve-se suplementar oxigênio 2-4 l/min por cateter nasofaríngeo ou máscara 
	a todos os pacientes com suspeita de isquemia miocárdica aguda, nas 
	primeiras 3-4 horas. Posteriormente, deve ser monitorado com a oximetria de 
	pulso, e ofertá-lo a fim de manter a saturação de O2 maior ou igual a 90%. 
	Em presença de congestão pulmonar ou instabilidade hemodinâmica as 
	estratégias de suporte ventilatório deverão ser imediatamente implementadas, 
	e serão mais ou menos invasivas de acordo com a gravidade da hipoxemia, 
	congestão pulmonar, hipotensão, depressão sensorial e alterações metabólicas 
	associadas. 
	 
	- Atenção para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), já 
	que a hipoxemia diminui o estímulo respiratório. 
	 
	3- Analgesia e Sedação 
	 
	ANALGESIA - Morfina 
	 
	- Age por mecanismo não bem conhecido no sistema nervoso central e promove 
	vasodilatação arterial e venosa. Em parte os efeitos são decorrentes de ação 
	simpaticolítica. Tem potente ação analgésica. Tem como efeito hemodinâmico a 
	redução da pré-carga e da resistência vascular sistêmica, diminuindo o 
	consumo de oxigenio. Oferece benefício por diminuição do esforço e do 
	trabalho respiratório, e por suas propriedades analgésicas.  
	 
	- Dose inicial de 2 a 4mg IV a cada 5 a 30 minutos (máximo de 15mg/hora em 3 
	horas), em pacientes com dor, edema agudo de pulmão, evitando-se administrá-la 
	em casos de hipovolemia ou pressão sistólica menor que 90 mmHg (evitar via 
	IM por interferir com os marcadores séricos).  
	 
	- Pode promover depressão respiratória, nauseas e vômitos devendo ser 
	utilizada com cautela em pacientes idosos, nos portadores de DPOC e em casos 
	de hipercapnia.  
	 
	SEDAÇÃO 
	 
	- Visa diminuir a ansiedade e por conseguinte, o consumo de O2. 
	 
	- Bromazepam 3 mg ou Diazepam 5 mg por via oral cada 8-12 horas como dose 
	inicial.  
	 
	- Haloperidol IV para os distúrbios de comportamento (agitação e delírio que 
	podem ocorrer principalmente em pacientes idosos, com déficit cognitivo e 
	confinamento prolongado, ou mesmo como reação adversa à alguma droga (como 
	por exemplo lidocaína, mexiletine, procainamida, atropina, cimetidina e 
	meperidina).  
	 
	4- Nitratos 
	 
	- Agem promovendo relaxamento da musculatura lisa vascular por liberarem 
	óxido nítrico, com maior efeito sobre as veias e também inibem a endotelina 
	induzida pela trombina, diminuindo ainda a agregação plaquetária. Tem como 
	efeito hemodinâmico redução da pré-carga e em menor grau da pós-carga, 
	vasodilatação e redistribuição do fluxo coronariano . Em doses mais elevadas 
	também pode reduzir a pós-carga. Oferece benefício adicional pelo alívio da 
	isquemia miocárdica.  
	 
	- A nitroglicerina é administrada em infusão venosa contínua de 10 a 200 &- 
	109; g/min. Preparados para emprego por via sublingual (dinitrato de 
	isossorbida- 5 mg) podem ser administrados repetidas vezes (até três tomadas) 
	a curtos intervalos de tempo (a cada 5 ou 10 minutos), salvo na presença de 
	hipotensão arterial. Embora os grandes estudos não tenham demontrado redução 
	da mortalidade com esta droga recomenda-se sua utilização de rotina nas 
	primeiras 24 horas. Já no IAM complicado por hipertensão, insuficiência 
	cardíaca congestiva e angina persistente ou recorrente, utilizaremos 
	preferencialmente a nitroglicerina venosa nas primeiras 24-48 horas. 
	 
	- O efeito adverso mais importante é a hipotensão, especialmente quando 
	associada ao IAM de ventrículo direito (VD) ou hipovolemia. Eventualmente a 
	nitroglicerina pode promover bradicardia, aquicardia, síncope, cefaléia e 
	piora das trocas gasosas pulmonares com hipoxemia. 
	 
	- Em linhas gerais deve-se evitar o uso, ou fazê-lo com cautela, quando a 
	pressão arterial sistólica for menor que 90 mmHg e a frequência cardíaca 
	maior que 100 batimentos por minuto (bpm) mesmo em baixas doses. 
	 
	5- Betabloqueadores  
	 
	- Reduzem a frequência cardíaca e o estado contrátil do miocárdio (inotropismo 
	negativo) determinando redução do consumo de O2 e aumento do enchimento 
	coronariano por prolongarem a diástole. Reduzem o potencial arritmogênico do 
	miocárdio isquêmico , a frequência de arritmias ventriculares complexas, 
	aumentam o limiar de fibrilação ventricular, diminuem a incidência de 
	ruptura cardíaca, promovem a redução da isquemia recorrente e da extensão da 
	zona infartada . Agem efetivamente na redução da mortalidade do IAM. 
	 
	- As principais contra-indicações são bradicardia (< 60 bpm), distúrbio de 
	condução atrioventricular de 2º e 3º graus ou 1º grau, se o intervalo PR 
	>240 ms, pressão arterial sistólica <100 mmHg ou baixo débito, insuficiência 
	ventricular esquerda, DPOC grave, asma brônquica, doença vascular periférica 
	grave ou experiência prévia adversa com a droga. 
	 
	- Atenolol ou metoprolol 5mg por via IV cada 5 a 10 minutos (total 15 mg) 
	até a obtenção dos efeitos desejados, ou seja, duplo produto (frequência 
	cardíaca multiplicada pela pressão arterial sistólica) entre 6.000 e 8.000. 
	O propranolol é utilizado na dose de 1 mg IV cada 5 minutos, com dose máxima 
	de 5 mg. Na dúvida quanto à tolerância da droga, recomenda-se um teste com o 
	esmolol (reduzida meia-vida= 9-10 minutos) com bolus de 0,5 mg/kg, seguido 
	de infusão de 0,05 mg/kg Após 10 a 20 minutos, e na ausência de efeitos 
	adversos, iniciamos manutenção oral com atenolol ou metoprolol nas doses de 
	25-50 mg cada 12 horas, ou propranolol, 10-40 mg cada 6-8 horas. 
	 
	6- Bloqueadores dos canais de cálcio 
	 
	- Não se observou redução da mortalidade em nenhum dos principais grandes 
	ensaios clínicos, na abordagem inicial do IAM, tanto com verapamil como com 
	diltiazem. A administração de nifedipina, que não reduz a frequência 
	cardíaca, pode aumentar a mortalidade, sem redução da incidência de 
	reinfarto, parecendo este efeito ser dose dependente (> 60 mg/dia) 
	 
	- Somente serão utilizados, como drogas alternativas, após o nitrato e os 
	betabloqueadores, na isquemia persistente ou recorrente, na hipertensão 
	arterial e na contra-indicação aos betabloqueadores, dando-se preferência ao 
	diltiazem ou verapamil. 
	 
	7-Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) 
	 
	- Por reduzirem o estresse parietal ventricular, atuando na pré e pós-carga, 
	são capazes, principalmente nos infartos anteriores e nos extensos, de 
	atenuar a dilatação e remodelação ventricular melhorando a sobrevida e a 
	classe funcional pós-IAM. 
	 
	- Devem ser empregados nas primeiras 24 horas, nos pacientes com IAM 
	anterior, infartos extensos, insuficiência cardíaca congestiva ou disfunção 
	ventricular esquerda (recente ou antiga), com fração de ejeção &- 163; 40%, 
	ou associação de hipertensão arterial. Iniciamos com baixas doses de 
	captopril (6,25 mg cada 6-8 horas) por via oral, aumentadas progressivamente 
	(25 mg 6/6h) ou ramipril iniciado com 2,5 mg VO e aumentado posteriormente 
	para 5 mg 12/12 horas conforme a tolerância. 
	 
	- Atentar para a presença de hipovolemia ou hiponatremia que podem 
	potencializar a hipotensão induzida pelos IECA. Não utilizar na gestação (morte 
	ou injúria fetal), se a pressão sistólica < 100 mmHg, se houver história de 
	estenose bilateral das arterias renais ou alergia aos IECA. 
	 
	8- Anticoagulantes 
	 
	- O uso de heparina não-fracionada no IAM é mandatório se for realizada 
	trombólise com rt-PA (diminuição da taxa de reoclusão coronariana), após ATC 
	ou revascularização do miocárdio 
	 
	(manutenção da patência da ARI), nos pacientes com depressão aguda do 
	segmento ST ou inversão da onda T (prevenção da formação de trombo ou 
	ruptura de placa), e nos infarto anteriores extensos (prevenção de trombose 
	mural).  
	 
	- Inicia-se com bolus de 80 U/kg seguida de infusão de 18 U/kg/h, 
	concomitante à administração do rt-PA e mantida por 48 horas, objetivando 
	manter o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa) 1,5-2 vezes o 
	controle, ou entre 60-85 segundos. O TTPa deve ser verificado a cada 6 h 
	após o início da heparina, até a obtenção dos níveis desejados, conforme 
	tabela anexa. 
	 
	Tabela de anticoagulação 
  
		
			| 
			
			Dose Inicial | 
			80 U/Kg em bolus, depois 18U/Kg/h | 
		 
		
			| 
			
			TTPa < 35s ( <1,2 x o controle) | 
			80 U/Kg em bolus, depois 4U/Kg/h | 
		 
		
			| 
			
			TTPa entre 35 a 45 s (1,2 a 1,5 x o 
			controle) | 
			40 U/Kg bolus, depois 2 U/Kg/h | 
		 
		
			| 
			
			TTPa entre 46 a 70 s (1,5 a 2,3 x o 
			controle) | 
			Manter | 
		 
		
			| 
			
			TTPa entre 71 a 90 s (2,3 a 3 x o 
			controle) | 
			Diminuir a infusão para 2 U/Kg/h | 
		 
		
			| 
			
			TTPa > 90 s ( > 3 x o controle) | 
			Parar a infusão por 1 h, reiniciar após com 3 U/Kg/h  | 
		 
	 
	- A maioria dos pacientes infartados necessitará apenas de 
	profilaxia para trombose venosa profunda com a utilização de heparina de 
	baixo peso molecular, que poderá ser suspensa assim que for iniciada a 
	deambulação. Vale ressaltar que para infartos não complicados o período de 
	imobilização no leito pode ser restrito a 24-48 horas. 
	 
	- Com a utilização de estreptoquinase não se recomenda o emprego de heparina 
	IV. 
	 
	9- Sulfato de Magnésio 
	 
	- Não há evidências para a administração rotineira de magnésio no IAM, porém 
	o seu nível sérico deverá ser monitorado desde a admissão e reposto quando 
	necessário. Outra indicação é a presença de arritmias ventriculares, em 
	especial taquicardia ventricular do tipo "torsade de pointes". 
	 
	- Administrar 1 a 2g (8 a 16 mEq) de sulfato de magnésio, diluídos em 
	50/100 ml de SG 5%, em 15-30 minutos. Manter a infusão de 0,5-1,0 g por hora 
	nas próximas 12/24 horas. 
	 
	10- Drogas Hipolipemiantes 
	 
	- O perfil lipídico deve ser avaliado nas primeiras 24 horas de evolução do 
	IAM já que, após este período poderá ocorrer uma falsa redução dos níveis de 
	colesterol relacionada a doenças agudas.  
	 
	- Os hipolipemiantes podem ser empregados precocemente desde haja 
	estabilidade clínica. 
	 
	V- IAM complicado: 
	 
	IV-1- DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS:  
	Os distúrbios hemodinâmicos no IAM podem ser decorrentes de: extensa necrose 
	e/ou isquemia miocárdica de VE e VD e complicações mecânicas. Podem 
	ocorrer secundário a causas não cardíacas como: hipovolemia, embolia 
	pulmonar, distúrbios metabólicos, eletrolíticos e alterações hemodinâmicas 
	distributivas por resposta inflamatória sistêmica. O choque cardiogênico, a 
	mais grave expressão clínica dos distúrbios hemodinâmicos no IAM, ainda 
	ocorre atualmente em torno de 5% a 7% dos pacientes e sua mortalidade se 
	mantém no patamar de 70% a 80% quando não se obtém a reperfusão da ARI. 
	 
	A avaliação dos distúrbios hemodinâmicos baseada apenas em dados clínicos e 
	radiológicos muitas vezes não é suficientemente precisa para orientação de 
	intervenções terapêuticas no IAM complicado, sendo recomendada a monitoração 
	hemodinâmica invasiva com o cateter de Swan-Ganz. 
	 
	O conjunto de dados obtidos com o emprego do cateter de Swan-Ganz torna 
	possível estimativas do estado volêmico, do tônus vascular, do desempenho 
	ventricular, da função pulmonar e da oxigenação tecidual auxiliando na 
	avaliação diagnóstica e terapêutica evolutivas. 
	 
	Deve-se considerar o emprego do cateter de Swan-Ganz: no choque cardiogênico 
	que não responde imediatamente à reposição volêmica, no edema agudo de 
	pulmão sem resposta adequada às intervenções terapêuticas e/ou com 
	hipotensão no curso do tratamento, para auxílio no esclarecimento 
	diagnóstico da suspeita de complicação mecânica (ruptura do septo 
	interventricular, músculo papilar, parede livre de VE e tamponamento) e na 
	dúvida entre edema pulmonar cardiogênico e não cardiogênico visando 
	adequação terapêutica. 
	 
	As relações entre manifestações clínicas, perfil hemodinâmico e mortalidade 
	nos pacientes com IAM foram documentadas por Killip e por Forrester. Embora 
	tais publicações sejam anteriores à era da terapia trombolítica, por serem 
	extremamente consagradas, serão a seguir apresentadas. 
	 
	Classificação de Killip: 
  
		
			| Grupo | 
			Aspectos 
			Clínicos | 
			Freqüência* | 
			Mortalidade** 
			 
			 | 
		 
		
			| 
			
			I | 
			Sem sinais de congestão pulmonar | 
			40 – 50% | 
			6%  | 
		 
		
			| 
			
			II | 
			B3, estertores pulmonares bibasais | 
			30 – 40% | 
			17%  | 
		 
		
			| 
			
			III | 
			Edema agudo de pulmão | 
			10 – 15%  | 
			38%  | 
		 
		
			| 
			
			IV | 
			Choque cardiogênico | 
			5– 10%  | 
			81%  | 
		 
	 
	Classificação de Forrester: 
  
		
			| Grupo | 
			Aspectos 
			Hemodinâmicos  | 
			
			Freqüência* | 
			
			Mortalidade** | 
		 
		
			| 
			I | 
			POAP < 18 mmHg; IC > 2,2 l/min/m2 | 
			25% | 
			3% | 
		 
		
			| 
			II | 
			POAP > 18 mmHg; IC > 2,2 l/min/m2 | 
			25%  | 
			9%  | 
		 
		
			| 
			III | 
			POAP < 18 mmHg; IC < 2,2 l/min/m2 | 
			15% | 
			23% | 
		 
		
			| 
			IV | 
			POAP > 18 mmHg; IC < 2,2 l/min/m2  | 
			35%  | 
			51%  | 
		 
	 
	Freqüência aproximada, ** mortalidade hospitalar, POAP – 
	pressão de oclusão deartéria pulmonar, IC –índice cardíaco. 
	 
	A gravidade do IAM relaciona-se diretamente à extensão da lesão isquêmica 
	miocárdica. Estima-se que, com o acometimento isquêmico de 8% do ventrículo 
	esquerdo haja diminuição da complacência diastólica, com 15% redução da 
	fração de ejeção, com 25% há evidências clínicas de insuficiência 
	ventricular esquerda e com 40% choque cardiogênico. As metas terapêuticas na 
	abordagem da disfunção de VE complicando o IAM devem ser direcionadas para: 
	manutenção do débito cardíaco e da pressão sistêmica de perfusão tecidual, 
	redução da hipertensão venosa pulmonar e da pressão hidrostática capilar 
	pulmonar, otimização da pressão de perfusão diastólica para o leito vascular 
	coronário, controle dos determinantes hemodinâmicos do consumo miocárdico de 
	oxigênio. 
	 
	As opções terapêuticas para obtenção dessas metas 
	incluem: 
		- 
		
medidas de ordem geral (utilização de agentes 
		antiplaquetários e anticoagulantes; terapia com oxigênio, suporte 
		mecânico ventilatório invasivo e não invasivo; correção de distúrbios do 
		equilíbrio eletrolítico e ácido-base; reversão do efeito inotrópico 
		negativo induzido por drogas; controle de arritmias e correção da 
		anemia).  
		- 
		
adequação de infusão de fluidos e intervenções 
		farmacológicas (otimização da pré-carga e da pós-carga e suporte 
		hemodinâmico farmacológico com inotrópicos positivos).  
		- 
		
terapia de reperfusão ou revascularização   
		- 
		
suporte mecânico circulatório ( balão de contrapulsação 
		intra-aórtica- BIA)  
	 
	O emprego do BIA deve ser considerado em distúrbios 
	hemodinâmicos refratários ou com resposta terapêutica insatisfatória e com 
	condições passíveis de reversão. É particularmente importante nas 
	intervenções coronárias percutâneas e no manejo perioperatório de 
	revascularização miocárdica cirúrgica. Nesta apresentação clínica a 
	angioplastia coronária é superiror a trombólise. A revascularização 
	miocárdica cirúrgica deve ser considerada em pacientes com anatomia 
	coronária favorável para esta intervenção, que se apresentem com grave 
	distúrbio hemodinâmico e que tenham apresentado insucesso ou que não sejam 
	candidados à terapia trombolítica ou angioplastia. 
	O choque cardiogênico, antes considerado uma contra-indicação absoluta à 
	intervenção cirúrgica, hoje têm nesta estratégia uma importante opção 
	terapêutica. Naqueles que se encontram a menos de 18 horas do IAM observa-se 
	taxas de sobrevida de até 90%. 
	 
	O infarto de ventrículo direito com repercussões hemodinâmicas 
	habitualmente é decorrente de oclusão proximal da artéria coronária direita, 
	e seu diagnóstico deve ser considerado quando na vigência de infarto 
	inferior, o paciente apresente hipotensão, turgência jugular e pulmões 
	limpos. São empregadas as mesmas medidas de ordem geral apresentadas na 
	abordagem terapêutica da disfunção ventricular esquerda. A suspensão de 
	nitratos e diuréticos, associada a reposição volêmica vigorosa orientada por 
	parâmetros clinicos e/ou hemodinâmicos é recomendada nesta complicação.  
	 
	A regurgitação mitral após o IAM vai desde a disfunção à ruptura do 
	músculo papilar , pode ser secundária à necrose miocárdica que usualmente 
	ocorre na primeira semana. Durante os episódios agudos de isquemia, 
	particularmente em face de função ventricular esquerda prejudicada, a 
	regurgitação mitral pode aumentar ou diminuir de acordo com a elevação ou a 
	queda da pressão diastólica final ventricular esquerda ou com a mudança dos 
	parâmetros da pós-carga. O diagnóstico quase sempre é feito pelo surgimento 
	de sopro sistólico mitral e congestão pulmonar, em paciente anteriormente 
	estável. A ecocardiografia com Doppler ou a ventriculografia esquerda 
	confirmam o diagnóstico. Tentativas de estabilização clínica antes da 
	cirurgia resultam em taxa de mortalidade de 85 a 90%. A intervenção 
	cirúrgica precoce permite taxas de sobrevida de 77% a 80% . 
	 
	A comunicação interventricular (CIV) pós-infarto também se apresenta, 
	geralmente, na primeira semana. A deterioração nestes pacientes pode ocorrer 
	em poucas horas e depende do tamanho da CIV e da fração de"shunt" 
	esquerdo-direito. A suspeição diagnóstica consiste no aparecimento de sopro 
	sistólico rude paraesternal esquerdo irradiado para a borda esternal direita, 
	podendo ser confirmado pela ecocardiografia Doppler, pelo salto oximétrico 
	obtido pelo cateter de Swan Ganz e/ou pela ventriculografia esquerda. Feito 
	o diagnóstico efetua-se o reparo imediato do CIV. 
	 
	A ruptura da parede livre de VE é uma condição de difícil diagnóstico 
	com sobrevida extremamente rara. Têm como características ocorrer mais 
	comumente no sexo feminino, na sexta década de vida e em hipertensos com 
	coração pequeno. Ocorre na segunda semana, tendo como mecanismo de morte a 
	atividade elétrica sem pulso resultante do tamponamento cardíaco.  
	 
	O diagnóstico do pseudo-aneurisma é geralmente feito semanas a meses 
	após o IAM. Tais pacientes podem ser assintomáticos ou manifestar sintomas 
	secundários à doença coronariana concomitante. Devido ao risco elevado de 
	ruptura, o reparo cirúrgico é mandatório e os resustados são excelentes. O 
	pseudo-aneurisma deve ser diferenciado do aneurisma verdadeiro 
	através da ecocardiografia Doppler e este último é abordado posteriormente. 
	 
	Drogas utilizadas nos distúrbios hemodinâmicos: 
	 
	Furosemida 
		- 
		
Diurético potente que age promovendo excreção de cloreto 
		de sódio na alça de Henle e a causando vasodilatação venosa que é mais 
		precoce que seu efeito diurético. Tem como efeito hemodinâmico redução 
		da pré-carga e alívio da congestão pulmonar.  
		- 
		
Dose inicial de 20 a 40 mg IV (0,5 a 1,0 mg/kg) em bolus, podendo ser repetida até 30-40 mg a cada 6 horas ou em infusão 
		contínua de 0,25 a 0,75mg/Kg/hora (em um estudo prospectivo até 3,3 mg/hora 
		por 48h). Tem início de ação em 10 minutos, pico em 30 minutos e se 
		mantém por 6 horas.   
		- 
		
Pode reduzir excessivamente a pré-carga em pacientes que 
		não estejam hipervolêmicos, com efeitos sinérgicos com morfina e 
		nitratos. Pode causar depleção de sódio, potássio, magnésio e fósforo. 
		Pode induzir reações alérgicas em pacientes com sensibilidade para 
		sulfonamidas.  
	 
	Nitroprussiato de sódio 
	 
		- 
		
Promove o relaxamento da musculatura lisa vascular por 
		ligação a receptores específicos. É um vasodilatador balanceado com 
		redução da pós e da pré-carga. Reduz a pressão capilar pulmonar numa 
		intensidade maior do que a dobutamina, por sua ação vasodilatadoras e 
		aumento no relaxamento diastólico de VE.  
		- 
		
Utilizado em infusão venosa contínua de 0,5 a 8,0 ug/kg/min. 
		Sua ação se inicia e cessa quase imediatamente. é metabolizado nas 
		hemácias para ácido hidrociânico, que é convertido para tiocianato pelo 
		fígado e excretado pelos rins. Assim, devemos ter cautela quando 
		empregado em vigência de insuficiência renal e hepática pela 
		possibilidade de intoxicação (alteração do estado mental, náuseas, dor 
		abdominal, hiperreflexia e convulsões).  
		- 
		
O efeito adverso mais importante é a hipotensão. 
		Eventualmente pode piorar as trocas gasosas pulmonares com hipoxemia, 
		como a nitroglicerina. A possibilidade de redução do fluxo coronário é 
		controversa. Em linhas gerais deve-se utilizar com cautela quando a 
		pressão arterial sistólica for menor que 100 mmHg.   
	 
	Dobutamina 
		- 
		
Amina simpaticomimética sintética que promove 
		estimulação adrenérgica dos receptores alfa 1 e beta 1 do miocárdio (age 
		em receptores alfa 1 periféricos sendo este efeito compensado pela ação 
		beta 2 mais potente) resultando em vasodilatação leve, que é mais 
		acentuada quando há aumento do débito cardíaco pela redução da 
		resistência arterial periférica. Assim, seu efeito hemodinâmico se faz 
		na redução da pós e pré-carga e no aumento da contratilidade. Aumenta o 
		fluxo mesentérico e renal, melhorando a função desses órgãos. Contribui 
		pouco para o consumo miocárdico de O2, com melhora na relação oferta/consumo 
		e ainda, há incremento do fluxo sangüíneo coronariano pelo efeito 
		inotrópico positivo, não aumentando, porém a área de infarto.  
		- 
		
Utilizada em infusão venosa contínua de 2 a 30 ug/kg/min, 
		evitando incremento de mais de 10% da frenqüência cardíaca basal.  
		- 
		
Pode promover taquicardia, arritmias cardíacas, isquemia 
		miocárdia, flutuações da pressão arterial e hipocalemia, quando em doses 
		elevadas.   
	 
	Dopamina 
	- dopaminérgicos (1 a 2 ug/Kg/min = vasodilatação cerebral, 
	renal e mesentérica)  
	 
	- beta 1 (2 a 10 ug/Kg/min = aumento do débito cardíaco e pequeno aumento da 
	resistência vascular periférica)  
	 
	- alfa 1 adrenérgicos (10 a 20 ug/Kg/min = vasoconstrição renal, 
	mesentérica, arterial periférica e venosa, aumentando a pré e a pós carga 
	de forma significativa; > 20 ug/Kg/min = efeitos hemodinâmicos semelhantes 
	ao da norepinefrina). Aumenta mais o consumo miocárdico de O2, com balanço 
	negativo da relação oferta/consumo de O2. 
		- 
		
Utilizada em infusão venosa contínua de 1 a 30 ug/kg/min 
		( em dose acima de 20 ug/Kg/min é aconselhável troca-la por 
		noradrenalina)  
		- 
		
Pode promover taquicardia, arritmias cardíacas supra e 
		ventriculares, isquemia miocárdia, náuseas e vômitos e necrose tecidual 
		(se ocorrer extravasamento vascular),   
		- 
		
Sua ação é potencializada por inibidores da MAO. Quando 
		usada concomitante à fenitoína pode causar hipotensão. Por ser inativada 
		em pH alcalino, não deve ser administrada no mesmo cateter venoso com 
		soluções que contenham aminofilina, fenitoína e bicarbonato de sódio. 
		  
	 
	Noradrenalina 
		- 
		
É um potente agente agonista alfa 1 adrenérgico (vasoconstrição arterial e venosa), tem ação beta 1 no miocárdio (efeito 
		inotrópico positivo) e mínima ação nos receptores beta 2 do coração. Ë 
		empregada no choque refratário, podendo aumentar a área de infarto, por 
		aumentar o consumo de O2 e produzir vasoconstrição dos vasos 
		coronarianos. O aumento da pressão arterial ocorre pelo aumento da 
		pós-carga, em detrimento do débito cardíaco. Tem utilização restrita no 
		choque cardiogênico que cursa com hipotensão e resistência vascular 
		sistêmica aumentada (diferente do choque séptico e neurogênico).  
		- 
		
Utilizada em infusão venosa contínua de 0,5 a 30 ug/min, 
		avaliando-se os riscos/ benefícios do emprego de altas doses.  
		- 
		
Pode promover taquicardia, arritmias cardíacas, isquemia 
		miocárdia, e necrose tecidual se ocorrer extravasamento vascular.  
	 
	Milrinone 
		- 
		
Age através da inibição da fosfodiesterase aumentando os 
		níveis intracelulares de cAMP. Tem como efeito hemodinâmico redução da 
		pós-carga, da pré-carga e aumento da contratilidade. Deve ser 
		considerado no choque cardiogênico refratário aos diuréticos, 
		vasodilatadores e agentes inotrópicos habituais, enquanto se prepara o 
		paciente para os procedimentos de revascularização e na vigência de 
		balão de contra-pulsação aórtica.  
		- 
		
Utilização em infusão venosa contínua de 0,375 a 0,75 ug/kg/min, 
		após dose de ataque de 50 ug/kg IV em 10 minutos, com dose máxima de 
		1,13 mg/kg/ 24h. Para diluição empregamos solução salina a 0,9% em bomba 
		infusora, com monitorização hemodinâmica concomitante.  
		- 
		
Pode promover taquicardia (semelhante à da dobutamina) 
		, arritmias cardíacas, isquemia miocárdia, hipotensão arterial , 
		trombocitopenia em 2 a 3 % que parece ser dose dependente, mialgia, 
		febre e disfunção hepática. Contra-indicada nos pacientes alérgicos à 
		sulfa.  
	 
	Uma abordagem racional para os 
	distúrbios hemodinâmicos no IAM pode ser resumida à seguir: 
	  
		
			| CONGESTÃO PULMONAR
			  | 
			PRESSÃO ARTERIAL | 
			EVIDÊNCIAS DE HIPOPERFUSÃO | 
			ABORDAGEM TERAPÊUTICA INICIAL 
			SUGERIDA  
			 | 
		 
		
			| não | 
			normal | 
			não | 
			tratamento habitual do IAM  | 
		 
		
			| não | 
			reduzida | 
			sim ou não | 
			reposição com volume 500 ml SF a 0,9% (repetir 
			infusão de acordo com pressão arterial e ausculta do tórax) | 
		 
		
			| não | 
			elevada | 
			não | 
			nitroglicerina (5 - 200 mg/mim IV) 
			nitroprussiato de sódio (0,5 - 8 mg kg/min IV)  
			IECA, b-bloqueadores  | 
		 
		
			| sim  | 
			elevada | 
			não | 
			furosemida (0,5 - 1 mg/kg IV)  
			morfina (2 - 4 mg IV) no EAP  
			nitroprussiato de sódio (0,5 - 8 mg kg/min IV)  
			nitroglicerina (5 - 200 mg/mim IV)  
			IECA: captopril (25 -100 mg VO)  | 
		 
		
			| sim | 
			normal | 
			não | 
			furosemida (0,5 - 1 mg/kg IV)  
			morfina (2 - 4 mg IV) no EAP  
			nitroglicerina (5 - 200 mg/mim IV)  
			IECA: captopril (25 -100 mg VO) | 
		 
		
			| sim | 
			reduzida 70 - 100 mmHg  | 
			não | 
			dobutamina (2 - 20 mg/kg/min IV) se refratário 
			associar dopamina (5 - 30 mg/kg/min IV)  | 
		 
		
			| sim | 
			reduzida 70 - 100 mmHg  | 
			sim | 
			dopamina (5 - 30 mg/kg/min)  
			se refratário associar noradrenalina (0,5 - 30 ug/kg IV)  
			considerar BIA, ATC, RM  | 
		 
		
			| sim | 
			redução crítica < 70 mmHg | 
			sim | 
			noradrenalina (0,5 - 30 ug/kg IV) considerar 
			assistência ventilatória, BIA, ATC, RM  | 
		 
	 
	VI- COMPLICAÇÕES ELÉTRICAS NO IAM: 
	 
	O tratamento das arritmias ventriculares não é recomendado quando estas não 
	provocam alterações hemodinâmicas significativas ou apresentam condições 
	para o desencadeamento de fibrilação ventricular. Em mais da metade dos 
	casos nos quais ocorre fibrilação ventricular, as arritmias premonitórias 
	não estão presentes. Após o início da era trombolítica e o emprego de 
	betabloqueadores houve diminuição de sua incidência de forma considerável. O 
	principal determinante de risco é a função ventricular esquerda.  
	 
	A taquicardia sinusal traduz hiperatividade simpática. Devendo ser avaliada 
	a presença de ansiedade, dor, insuficiência cardíaca, pericardite, 
	hipovolemia e ação medicamentosa, sendo o tratamento dirigido para a causa 
	básica. 
	 
	As extra-sístoles atriais podem traduzir distensão atrial aguda por 
	insuficiência cardíaca, pericardite ou isquemia atrial. Normalmente não 
	necessitam de tratamento específico, devendo ser combatido o fator 
	desencadeante. 
	 
	A taquicardia paroxistica supraventricular é rara e freqüentemente exige 
	medidas de controle da resposta ventricular. Nos casos em que há 
	instabilidade hemodinâmica não haverá tempo para aguardar os efeitos das 
	drogas, e o tratamento de escolha será a imediata cardioversão elétrica. 
	 
	No flutter atrial a cardioversão elétrica sincronizada (50J e a seguir, 
	100J,200J,300J e 360J) é a conduta definitiva preconizada, visto que o 
	tratamento farmacológico apenas reduz a freqüência ventricular. 
	 
	A fibrilação atrial que surge nas primeiras 48 hs da evolução do IAM, quase 
	sempre indica grave doença isquêmica, comprometimento multiarterial, 
	insuficiência cardíaca e maior risco de morte súbita. A conduta terapêutica 
	vai depender do comprometimento hemodinâmico e da freqüência cardíaca 
	podendo exigir apenas medidas de seu controle (digital, &- 98; bloqueadores, 
	verapamil, diltiazem ou amiodarona) ou cardioversão elétrica sincronizada 
	imediata (iniciando com 100J e, se necessário, aumentar para 200, 300, 
	360J). Não havendo contra-indicações heparinizar sempre. 
	  
	A bradicardia sinusal é mais freqüente em IAM inferior devido a 
	hiperatividade vagal. O tratamento é instituído se a freqüência cardíaca for 
	inferior a 50 bpm associada à instabilidade hemodinâmica usando-se atropina 
	0,5 a 1,0 mg IV a cada 5 minutos, com dose máxima de 3mg. Nos pacientes que 
	não respondam a esta intervenção está indicado marca-passo provisório (MP). 
	 
	O bloqueio atrio ventricular (BAV) de 1º grau assintomático não requer 
	tratamento, entretanto, quando houver comprometimento hemodinâmico, 
	bradicardia significativa e/ou bloqueio de ramo, o MP deverá ser instalado. 
	 
	O BAV 2º Mobitz I é mais freqüente no IAM inferior, geralmente é transitório 
	e não necessita de tratamento. Se provoca comprometimento hemodinâmico ou 
	bradicardia significativa emprega-se a atropina.  
	 
	O BAV 2º Mobitz II é mais freqüente em IAM anterior com comprometimento 
	tri-fascicular, por necrose do tecido de condução, exigindo a colocação de 
	marcapasso. 
	 
	O BAV total no IAM inferior é geralmente transitório podendo responder ao 
	uso de atropina. No infarte anterior é geralmente devido a necrose 
	envolvendo o nódulo AV, septo e tecido de condução. Quando o QRS é largo há 
	a possibilidade de evoluir para assistolia. O tratamento nos dois casos se 
	faz com marca passo provisório. 
	 
	O hemi-bloqueio posterior esquerdo geralmente traduz comprometimento de 
	grande área miocárdica, embora raro, sua maior incidência ocorre na 
	insuficiência ventricular esquerda aguda. O hemi-bloqueio anterior esquerdo 
	raramente evolui para BAV total e não necessita de tratamento. Os bloqueios 
	bi fasciculares apresentam grande risco de evoluir para BAV total e surgem 
	em pacientes com grande área miocárdica comprometida. 
	 
	Os bloqueios trifasciculares, se já existentes, não podem ser atribuidos a 
	doença aguda. Quando surgem durante a evolução da doença emprega-se o marca 
	passo provisório. O BRD pode estar relacionado à IAM extenso, carretando 
	aumento da mortalidade. 
	 
	Quando utilizamos o marcapasso transcutâneo (MPTC), devemos ter certeza que 
	este está capturando, e que o paciente pode tolerar a estimulação. Se a dor 
	da estimulação tornar-se um grande problema, devemos estar preparados para 
	fornecer analgésicos IV, relaxantes muscularse e ansiolíticos. Ë empregado 
	como "ponte" enquanto se providencia o implante do marcapasso provisório 
	transvenoso. 
	  
	A taquicardia ventricular (TV) é definida pela presença de três ou mais 
	batimentos com QRS largo e pode ser:  
	sustentada - mantém-se por mais de 30 segundos e/ou gera instabilidade 
	hemodinâmica; 
	 
	não sustentada - duração menor do que 30 segundos e geralmente sem 
	instabilidade hemodinâmica; monomórfica - QRS constante; 
	 
	polimórfica- QRS com múltiplas morfologias. 
	 
	A TV monomórfica é um ritmo incomum no IAM nas fases iniciais e geralmente 
	apresenta freqüência ventricular menor do que 170 batimentos por minuto (Quadro 
	). A TV polimórfica deve ser tratada como fibrilação ventricular. 
	 
	A atividade elétrica sem pulso (dissociação eletromecânica, pseudo-dissociação 
	eletromecânica, ritmo idioventricular, ritmo ventricular de escape, ritmos 
	bradi-sistólicos e ritmo idioventricular pós desfibrilação) ocorre no IAM 
	extenso e apresenta prognóstico muito ruim, exigindo manobras de 
	ressuscitação cardio-pulmonar e se possível ecocardiograma. 
	 
	O algoritmo para tratamento da fibrilação ventricular (FV) e taquicardia 
	ventricular (TV) sem pulso é exemplificado à seguir: 
	  
	VII - Cirurgia Cardíaca após o infarto do miocárdio 
	 
	Acompanhando a evolução da medicina cardiovascular, particularmente a 
	terapia trombolítica e procedimentos baseados em cateteres, as técnicas 
	cirúrgicas evoluíram e a preservação miocárdica intra e perioperatórias foi 
	reformulada. Para lidar com tais circunstâncias, a estratégia de proteção 
	miocárdica evoluiu da minimização do insulto isquêmico à tentativa de 
	ressuscitação ativa do coração durante o procedimento cardiocirúrgico. 
	 
	O momento adequado para revascularização cirúrgica após o infarto do 
	miocárdio ainda é controverso. A isquemia persistente, caracterizada por 
	angina recidivante ou por alterações no ECG, apesar da terapia clínica, deve 
	incentivar o cateterismo cardíaco e a revascularização miocárdica quando 
	indicada. O uso de antiocoagulantes ou de prévia terapia trombolítica não 
	deve ser visto como contra-indicação à intervenção cirúrgica.  
	 
	Tradicionalmente, recomenda-se uma espera de 4 a 6 semanas para permitir a 
	cicatrização do infarto e evitar a sua transformação em infarto hemorrágico 
	com revascularização por enxertos. Esta recomendação baseia-se em dados que 
	mostram mortalidade cirúrgica de 8% a 10%, se a cirurgia é realizada 
	precocemente, isto é, nas primeiras duas semanas após o infarto do 
	miocárdio. Séries mais recentes mostram pouco aumento da mortalidade com a 
	intervenção cirúrgica "eletiva" na 1ª semana do infarto. O que parece claro 
	é que se a função ventricular esquerda está preservada, o momento da 
	intervenção cirúrgica não importa. 
	 
	VIII- Orientações PÓS-IAM 
	 
	Os pacientes considerados de alto risco (presença de angina pós-IAM, 
	complicações mecânicas e elétricas) devem realizar coronariografia visando 
	procedimentos de revascularização. 
	 
	A realização do teste ergométrico limitado por sintomas imediatamente antes 
	da alta hospitalar do paciente acometido de IAM - 4 a 7 dias pós-evento 
	agudo - tem se tornado uma recomendação clínica e um procedimento 
	relativamente frequente. Esse exame auxilia na estratificação do prognóstico 
	do paciente e pode contribuir de forma significativa para uma melhor 
	definição da conduta médica.  
	 
	Recomenda-se que seja realizado um protocolo atenuado, em cicloergômetro ou 
	em esteira rolante, de modo que uma intensidade em torno de 4 ou 5 
	equivalentes metabólicos (MET) possa ser alcançada em cerca de 6 a 8 minutos 
	(0,5 MET/min de incremento). Os dados obtidos nesse teste permitem uma 
	orientação minuciosa e fundamentada da atividade física que será permitida 
	ao paciente no pós-alta. A resposta isquêmica com baixo nível de exercício, 
	a impossibilidade de alcançar 4 METs ou a hipotensão com o exercício 
	indicará a realização de coronariografia. Deve ser realizado novamente com 3 
	a 6 semanas se foi submáximo na internação.  
	 
	Na impossibilidade do TE, quer pelas anormalidades do ECG basal (bloqueio de 
	ramo esquerdo, alterações maiores do segmento ST, uso de digital, ritmo de 
	marcapasso e síndrome de pré-excitação) quer pela incapacidade do paciente 
	para o exercício, devemos utilizar a cintigrafia miocárdica ou 
	ecocardiograma de estresse, considerando-se custos, disponibilidade e 
	experiência do grupo.  
	 
	A cintigrafia e o eco de estresse são indicados na avaliação do tamanho do 
	IAM e/ou extensão do miocárdio sob risco, na avaliação da função ventricular 
	e viabilidade miocárdica. 
	 
	A realização de ECG dinâmico (Holter), ECG de alta resolução, dispersão do 
	QT, variabilidade do intervalo RR não são recomendados de rotina após o IAM, 
	exceto em casos particulares quando associada à outros determinantes de mau 
	prognóstico no IAM (baixa fração de ejeção, TE positivo com baixas cargas e 
	arritmias ventriculares tardias). 
	 
	A coronariografia é recomendada no pós- IAM nas 
	seguintes situações: 
		- 
		
Episódios de isquemia miocárdica espontâneos ou 
		provocados por mínimos esforços durante a recuperação do IAM e/ou angina 
		pós-IAM.  
		- 
		
Antes da terapêutica definitiva de complicações 
		mecânicas tais como: regurgitação mitral aguda, comunicação 
		interventricular, pseudoaneurismas ou aneurisma de VE.  
		- 
		
Instabilidade hemodinâmica persistente, disfunção de VE 
		(FE menor ou igual a 40%) e/ou insuficiência cardíaca congestiva   
		- 
		
Infarto do miocárdio ou revascularização miocárdica (ATC ou cirurgia) prévios.   
		- 
		
Arritmias ventriculares malignas  
		- 
		
Suspeita de causas não trombóticas para o IAM como: 
		espasmos, embolia coronariana e causas metabólicas e hematológicas  
		Em relação a manutenção de drogas, o uso continuado de aspirina provou 
		ser capaz de reduzir o risco de IAM e o risco de acidente vascular 
		cerebral não fatal, a dose média recomendada é de 200 mg por toda a vida. 
		Todos os pacientes que não apresentem uma definitiva contra-indicação ao 
		uso dos betabloqueadores devem fazer uso destas drogas indefinidamente 
		pela redução da mortalidade global que produzem. O uso de IECA iniciado 
		na fase aguda, demonstrou ser efetivo no IAM da parede anterior ou 
		naqueles com fração de ejeção < 40%, por um período, de pelo menos, 6 
		meses após o IAM, por sua capacidade de prevenir a remodelação e 
		conseqüente dilatação cardíaca. Os anticoagulantes (warfarin em doses 
		para manter o INR entre 2.0 e 3,0) devem ser usados naqueles paciente 
		que apresentem fibrilação atrial persistente após o IAM, e em pacientes 
		com documentação de trombo em VE, neste último por seis meses.  
	 
	Abandonar o hábito de fumar é essencial para a prevenção 
	secundária do IAM , já que o tabagismo dobra a mortalidade global, promove 
	vasoespasmo coronariano e reduz os efeitos anti-isquêmicos dos 
	betabloqueadores. O paciente deve ser orientado para a prática de exercícios 
	físicos de acordo com o resultado do teste ergométrico. Sua dieta deve 
	conter índices menores que 7% de gorduras saturadas e menos que 200 mg/dia 
	de colesterol. Os pacientes que apresentam valores superiores a 125 mg/dl de 
	LDL (maiores benefícios) e/ou os com níveis entre 100 a 130 mg/dl , após 
	implementação da dieta, devem receber drogas a fim de reduzir esses valores 
	para um patamar inferir à 100 mg/dl. Os pacientes que possuem a HDL 
	colesterol em níveis inferiores a 35 mg/dl devem ser estimulados, mais 
	vigorosamente, à prática de exercícios físicos 
	 
	IX- REABILITAÇÃO CARDÍACA: 
	 
	Os programas de reabilitação promovem aderência ao tratamento, diminuem o 
	estresse emocional, melhoram a qualidade de vida, reduzem a mortalidade 
	cardiovascular e o risco de eventos coronarianos subsequentes, diminuindo 
	ainda os sintomas decorrentes de isquemia. Na vigência de IAM, a imobilidade 
	completa na posição de decúbito produz rápida deterioração física, 
	primariamente causada por hipovolemia, devendo-se restringi-la ao mínimo 
	indispensável. A tendência atual é manter o paciente cada vez menos tempo 
	internado, o que muitas vezes impede uma abordagem mais específica em 
	relação a atividade física. 
	 
	Em geral, passadas algumas horas sem precordialgia e com estabilização 
	hemodinâmica, permite-se de forma cuidadosa e progressiva, a realização de 
	pequenos movimentos ainda no leito (ex: movimentação ativa dos pés). Na 
	evolução não complicada é conveniente que o paciente sente-se ainda no leito 
	apoiando os pés sobre os degraus de uma escada duas ou três vezes por dia 
	durante alguns minutos. No dia subsequente, o paciente pode sentar-se em uma 
	cadeira fora do leito por uma hora. Incrementos de frequência cardíaca de 
	até 25 bpm (15 bpm nos ß-bloqueados) são bastante aceitáveis para cada uma 
	dessas situações e auxiliam na progressiva liberação.  
	 
	Ao sair da unidade coronariana o paciente deve ser estimulado para não se 
	manter deitado por períodos prolongados e pequenas caminhadas algumas vezes 
	por dia (10 a 20 metros), pelos corredores, são normalmente permitidas. 
	 
	É fundamental que o médico assistente comece a traçar diretrizes para a 
	atividade física que será permitida ao paciente no período pós alta imediato
	 
	 
	X- Transporte terrestre do paciente com IAM: 
	 
	Quando consideramos o transporte para o paciente portador de IAM, devemos 
	avaliar os riscos e os benefícios dele decorrente, já que o mesmo significa, 
	sempre, um período de instabilidade. O transporte deve ser feito por um 
	médico e um profissional de enfermagem com habilidade em socorrer pacientes 
	em situação de emergência, capazes de prover os mesmos recursos que o 
	paciente necessitava em sua Unidade de origem, acrescidos da capacitação 
	para o tratamento de possíveis complicações que ocorram no curso do trajeto 
	(ex: desfibrilação, entubação, etc). Assim, dentro do possível, todos os 
	procedimentos devem ser implementados dentro da Unidade especializada (à 
	beira do leito) e o transporte, quando imprescindível, ser cuidadosamente 
	planejado, evitando-se piora do quadro clínico. 
	 
	Antes da realização do transporte, a Unidade que receberá o paciente deve 
	ser informada de seu quadro clínico e prováveis complicações, confirmando-se 
	a disponibilidade, naquele local, dos recursos requeridos. Caso o mesmo se 
	faça para a realização de exame complementar (ex: angiografia), o 
	procedimento deve ser iniciado logo após a chegada do mesmo ao local e os 
	profissionais de saúde responsáveis por seu tratamento devem ser informados 
	de sua localização, para intervir em eventos agudos ocorridos em outra área 
	do hospital.  
	 
	No transporte interhospitalar uma cópia do relatório médico detalhado e dos 
	exames complementares realizados na Unidade de origem devem acompanhar o 
	paciente. Durante o mesmo, será registrado em outro documento as condições 
	em que se fizeram o transporte, bem como suas intercorrências. 
	 
	Os equipamentos requeridos para o transporte são à seguir listados, e o 
	melhor momento para o mesmo será a resultante da relação necessidade/estabilização 
	clínica 
	
		- 
		
Monitor/desfibrilador cardíaco com eletrodos e gel, 
		oxímetro de pulso e aferidor de pressão não invasiva (se possível, 
		quando não: esfigmomanômetro e estetoscópio)   
		- 
		
Marcapasso transcutâneo  
		- 
		
Máscara , aspirador com sondas, ambu, tubos 
		orotraqueais, laringoscópio com lâminas e conexões (adequados para o 
		biotipo do paciente transportado), pinça de Magil, bisturi com lâmina 
		para cricotireoidotomia de urgência.  
		- 
		
Suplementação de oxigênio que cubra o tempo previsto 
		para o transporte acrescidos de uma reserva de 60 minutos.  
		- 
		
Drogas padrão para ressuscitação cadio-pulmonar-cerebral 
		e terapêutica de urgência sugerida (adenosina, adrenalina, água 
		destilada, aminofilina, amiodarona, atropina, bicarbonato de sódio, 
		cedilanide, cloreto ou gluconato de cálcio, cloreto de sódio e de 
		potássio, dexametasona, difenilhidantoína, diazepam, diltiazem, dopamina, 
		dobutamina, enalapril venoso, furosemida, heparina, lidocaína para 
		infusão IV e spray, manitol, metoprolol, midazolan, morfina, naloxone, 
		nitroglicerina venosa, nitroprussiato de sódio, procainamida, 
		propranolol, sulfato de magnésio, verapamil)  
		- 
		
Bombas infusoras para soluções em uso e estoque 
		adicional das mesmas para eventuais substituições  
		- 
		
Respirador de transporte que promova os mesmos 
		parâmetros em uso: fração inspirada de O2, volume minuto e pressão 
		positiva no final da expiração (se possível com alarmes de alta pressão 
		em vias aéreas)  
		- 
		
Materiais para infusão venosa, como cânulas, catéteres, 
		seringas, agulhas, solução fisiológica, glicosada, Ringer e colóides.  
		- 
		
Meio de comunicação como telefone ou sistema de rádio.  
		- 
		
Documento onde conste a autorização para o transporte 
		dos familiares ou responsáveis pelo doente; caso não estejam disponíveis, 
		a anotação do fato deve ser claramente registrada.  
	 
	XI. Bibliografia Sugerida
  
	http://www.saude.gov.br/ 
		- 
		
Ryan TJ, Anderson JL, Antman EM, Braniff BA, Brooks NH, Califf RM, et al. 
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	infarction: A report of the American College of Cardiology / American Heart 
	Association Task Force on Practice Guidelines (Committee on Management of 
	Acute Myocardial Infarction). J Am Coll Cardiol 1996; 28: 1328-1428.   
		- 
		
Fuster V. Coronary thrombolysis: a perspective for the practicing physician. 
	N Engl J Med 1993;329: 723-725.   
		- 
		
Simoons ML, Arnold AE. Tailored thrombolytic therapy: a perspective. 
	Circulation 1993; 88: 2556-2564.   
		- 
		
ISIS-3 ( Third International Study of Infarct Survival ) Collaborative 
	Group. A randomized comparison of streptokinase vs tissue plasminogen 
	activator vs anistreplase and of heparin vs aspirin alone among 41 299 cases 
	of suspect acute myocardial infarction: ISIS-3. Lancet 1992; 339: 753-770.
		  
		- 
		
The GUSTO Angiographic Investigators. The effects of tissue plasminogen 
	activator, streptokinase, or both on coronary-artery patency, ventricular 
	function, and survival after acute myocardial infarction. N Engl J Med 
	1993;1615-1622.   
		- 
		
White HD, Yusuf S. Issues regarding the use of heparin following 
	streptokinase therapy. J Thrombosis Thrombolysis 1995; 2:5-10.   
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Mahaffey KW, Granger CB, Collins R, et al. Overview of randomized trials of 
	intravenous heparin in patients with acute myocardial infarction treated 
	with thrombolytic therapy. Am J Cardiol 1996; 77:551-556.   
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	Circulation 1987;72:817-29   
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Bates, ER., Topol, EJ. Limitations of thrombolytic therapy for acute 
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	Prospective, Multicenter Study of the Safety and Feasibility of Primary 
	Stenting in Acute Myocardial Infarction: In Hospital and 30-Day Results of 
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