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	Angioplastia 
	 
	Atenção para os seguintes aspectos:  
	 
	- Terminologia clínica: Angioplastia transluminal percutânea (ATPC)  
	- ATPC significa dilatar, através de um balão inserido por cateterismo 
	cardíaco, uma região da artéria coronária obstruída por uma placa de "gordura".
	 
	- Os resultados iniciais são ótimos em mais de 90% dos pacientes, mas é 
	importante lembrar que em 30 a 40% dos casos o procedimento tem de ser 
	repetido até 3 meses após a primeira tentativa porque a obstrução se refaz.
	 
	- A colocacão de "stents" reduz este percentual para 15%.  
	 
	O que é angioplastia com balão?  
	 
	A ATPC é um procedimento não-cirúrgico introduzido em 1978, destinado a 
	aliviar o estreitamento das artérias que irrigam o músculo cardíaco (coronárias) 
	provocado pelo crescimento de depósitos gordurosos, as placas de 
	aterosclerose.  
	 
	Consiste em introduzir um um fino tubo de material plástico (cateter) dotado 
	de um balonete em sua ponta através de uma artéria do braço ou virilha e, 
	sob raios-X com injeção de contraste iodado, posicioná-lo no local da 
	obstrução ao nível das artérias coronarias e insuflar o balão uma ou mais 
	vezes, "espremendo" a placa contra a parede do vaso e reduzindo, assim, 
	consideravelmente o bloqueio à passagem do sangue. Quando bem sucedido, o 
	procedimento leva ao desaparecimento ou melhora significativa da dor no 
	peito (angina) e reduz o risco de um infarto do miocárdio, sem a necessidade 
	de uma cirurgia de revascularização miocárdica. Cada vez mais têm se 
	recorrido à colocação de "stents" para assegurar a persistência de uma boa 
	abertura do local dilatado e impedir o reestreitamento do vaso naquele ponto. 
	Os "stents" são pequenas molas ou cilindros ocos de aço inoxidável trançado 
	e expansível, inseridos exatamente no local da dilatação por balão, que 
	estabilizam o local dilatado, mantendo-o aberto. O nome "stent" nada tem a 
	ver com a estrutura metálica, sendo tão somente uma referencia ao sobrenome 
	do indivíduo que os utilizou pela primeira vez. 
	 
	Outras técnicas como a aterectomia rotacional e a angioplastia por excimer 
	laser representam aperfeiçoamentos do procedimento original e vêm sendo 
	continuamente aprimorados. Dentre todos os aperfeiçoamentos recentemente 
	introduzidos, são os "stents" os que exibem os melhores resultados. 
	 
	Quando indicamos a angioplastia?  
	 
	Em casos de angina instável, situação em que o paciente tem dor e isquemia 
	em repouso, rebelde às medidas iniciais de controle clínico, uma 
	coronariografia pode revelar uma ou mais lesões responsáveis pelo mal, com 
	certas características que as tornam adequadas à pronta inserção de um 
	cateter-balão. O alívio é rápido e o resultado a curto e médio prazo costuma 
	ser muito bom, uma vez superado o risco de oclusão aguda. 
	
	  
	Os pacientes portadores de angina estável ou de recente início, com 
	apenas um ou dois estreitamentos arteriais identificados à 
	cinecoronariografia, podem submeter-se a angioplastia com bons resultados a 
	médio para longo prazo. 
	 
	Os principais obstáculos à realização de uma angioplastia são o tipo de 
	lesão abordada e a experiência da equipe. Uma placa de aterosclerose extensa, 
	cheia de cálcio, ou localizada numa acentuada curvatura do vaso, pode 
	traduzir um fraco resultado pós-dilatação e até mesmo produzir complicações 
	se manipulada. Uma equipe pouco experiente no procedimento também pode 
	exibir maus resultados. Na ausencia destas duas limitações, os resultados 
	costumam ser favoráveis. 
	 
	Quais as complicações da angioplastia? 
	 
	A mais séria complicação da ATPC é a oclusão aguda da artéria coronariana 
	dilatada nas primeiras horas após o procedimento, o que pode ocorrer em até 
	5% dos casos devido a descolamento (dissecção) da camada mais interna da 
	artéria, coagulação do sangue no local (trombose) e constricção do segmento 
	dilatado (espasmo). A aspirina oral e a heparina, um agente anticoagulante 
	administrado por via venosa, são utilizadas para minimizar estas 
	complicações. O espasmo pode também ser revenido por medicação específica, 
	como os nitratos e bloqueadores dos canais de cálcio.  
	 
	No caso de uma oclusão aguda da artéria angioplastada, o paciente é 
	encaminhado imediatamente ao laboratório de hemodinamica e colocação de 
	"stent". Alguns podem necessitar de cirurgia de revascularização miocárdica 
	de emergência, um procedimento cuja mortalidade excede em 2 a 3 vezes aquela 
	esperada para um procedimento rotineiro de revascularização miocárdica. De 
	modo geral, a mortalidade da angioplastia é de apenas 0.5%, o risco de um 
	infarto do miocardio durante o procedimento é de 1 a 2%, e o risco de uma 
	cirurgia de urgência é também 1 a 2%. 
	 
	Uma nova substância, o Abcximax (Reopro) tem se revelado capaz de reduzir 
	substancialmente o risco de oclusão abrupta do vaso, tendo sido empregado 
	com sucesso em pacientes de alto risco para o desenvolvimento desta 
	complicação, especialmente ao evidenciar-se a existência de coágulos no 
	local a ser dilatado. 
	 
	Como é a recuperação após uma angioplastia?  
	 
	O procedimento é realizado na sala de cateterismo cardíaco, sob anestesia 
	local e dura em média 30-60 minutos, podendo estender-se de acordo com a 
	situação apresentada. Em procedimentos não-emergenciais (eletivos) os 
	pacientes recebem alta no dia seguinte, com a recomendação de evitar 
	exercíicios vigorosos ou levantar pesos acima de 10 kg nas primeiras 2 
	semanas da angioplastia. Em 2 a 3 dias o trabalho e a atividade sexual pode 
	ser retomada. 
	 
	Quais os resultados a longo prazo da angioplastia?  
	 
	Os benefícios a longo prazo dependem do tempo em que as artérias dilatadas 
	permanecem abertas. Em cerca de 30 a 40% dos casos um ou mais vasos 
	dilatados por angioplastia podem sofrer reestenose, ou seja, reestreitar num 
	período de até seis meses (os três primeiros meses são os mais críticos) 
	exigindo a repetição do procedimento. Comumente, procede-se à execução de um 
	teste de esforço no terceiro mês após a angioplastia, mesmo que o paciente 
	nada sinta, com o objetivo de detectar a reestenose. Quando o resultado do 
	teste ergométrico sugere apenas uma reestenose pouco importante, o paciente 
	pode ser controlado por medicamentos. Uma segunda ou terceira angioplastia 
	da mesma região previamente dilatada, apresenta os mesmos risco e benefícios 
	que o procedimento original. Às vezes, ao invés de nova angioplastia, pode 
	ser preferível realizar uma cirurgia de revascularização. 
	 
	O "stent", uma estrutura de aço inoxidável em forma de mola ou cilindro 
	trançado, implantada mediante o uso de um cateter, imediatamente após a 
	dilatação da placa aterosclerótica por balão, ajuda a evitar a reeestenose e 
	tem sido, até o momento, a única abordagem comprovadamente capaz de evitar o 
	reestreitamento do vaso. A contrapartida é um pequeno aumento no risco de 
	sangramento e necessidade de transfusões de sangue durante a permanencia no 
	hospital. A indicação para o uso de "stents" depende do tipo de placa a ser 
	dilatada, da localização e extensão desta placa, da magnitude da dilatação 
	obtida pelo balão e do risco de oclusão aguda do vaso. 
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