Existe uma sigla em inglês,
"GUCH" (grown-up congenital hearts), que não tem uma correspondência adequada em português. Refere-se aos pacientes portadores de cardiopatias congênitas que atingiram a idade adulta. Trata-se de uma nova e crescente população, resultado do desenvolvimento da cardiologia pediátrica e da cirurgia cardíaca nas últimas décadas. Parte dessa população requer atendimento altamente especializado em centros que disponham de tecnologia sofisticada, porém nem todos apresentam o mesmo grau de complexidade. Esse grupo de pacientes necessita que o cardiologista geral esteja apto para atendê-lo em situações de emergência e que possa acompanhá-lo periodicamente nos intervalos das consultas ao centro de referência. Ao apresentar esses temas gostaríamos de chamar a atenção para os desafios que esses pacientes representam e as exigências progressivas que nos fazem, pois os
"GUCH" continuam crescendo em número e em idade, reclamando novas soluções para problemas novos e antigos.
Aproveitamos também para abordar outros problemas que com
alguma freqüência levam o jovem ao cardiologista. A
adolescência é uma fase da vida sem limites de idade
rigidamente estabelecidos. Sinais e sintomas sugestivos de
cardiopatia nessa faixa etária, geram muita ansiedade no
paciente e nos familiares, que muitas vezes ficam
desorientados e têm dificuldade para decidir qual
especialista procurar.
Espero que a discussão dessas questões contribua um
pouco para a compreensão desses problemas e muito para a
geração de novas dúvidas.
Cora Firpo
Editora convidada
|