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Obesidade infantil: uma questão de prevenção

A obesidade infantil e a importância da prevenção e da multidisciplinaridade foram o foco principal do Simpósio Multiprofissional Prevenção da Doença Aterosclerótica na Infância e Adolescência, uma das programações do primeiro dia do XXI Congresso Brasileiro de Cardiologia Pediátrica, III Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular Pediátrica e III Fórum de Cardiopatias Congênitas no adulto.

A cardiopediatra e professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Isabela de Carlos Back Giuliano, coordenadora do programa Floripa Saudável 2040, falou na sua intervenção - “Prevenção da aterosclerose na infância e adolescência. É necessária? É possível?” - sobre a sua experiência de três anos em parceria com as secretarias de saúde e educação de Florianópolis, que está em discussão no Ministério da Saúde para implementação em nível nacional.

Dados do IBGE divulgados no último mês de agosto demonstram que 30% das crianças de cinco a nove anos sofrem de sobrepeso. Segundo Dra. Isabela, a melhor faixa etária para prevenir a obesidade - e consequentemente a doença cardiovascular - é dos dois a sete anos. Para isso, o programa Floripa Saudável investe em disseminação de informações. Nos postos de saúde da capital catarinense, profissionais são capacitados e atuam como multiplicadores nas unidades de pré-escola do município e junto às famílias, introduzindo hábitos saudáveis de alimentação. “A obesidade está relacionada diretamente aos hábitos alimentares”, diz a Dra. Isabela Giuliano. Além disso, o programa oferece ainda atividade física e monitoramento médico, odontológico e psicológico.

O acompanhamento das crianças desde os primeiros anos e com um foco multidisciplinar, aliás, é considerado fundamental para reverter um processo verificado nas últimas décadas - e comprovado através de pesquisas - de redução no consumo de alimentos naturais em detrimento de petiscos industrializados e ricos em sódio. A doutora em nutrição da UFBA, Viviane Sahade - autora da palestra “A mudança dos hábitos alimentares é realmente necessária?” - questionou a qualidade dos alimentos consumidos nas escolas. Ela comparou a queda do consumo de leite, rico em cálcio, com o aumento da ingestão de refrigerantes, ricos em fósforo. “Todos nós sabemos que o fósforo compete com o cálcio e isso interfere no desenvolvimento da criança”, detalhou.

Paralelamente às questões nutricionais, a necessidade de praticar atividades físicas, e a qualidade questionável da educação física existente hoje nas escolas, foi tema do pronunciamento do professor Carlos Amorim, integrante do corpo docente de Educação Física na Unime e Unijorge. Para ele, as aulas de 50 minutos duas vezes por semana, como estabelecido por lei, são insuficientes, além do que, falta espaço e as atividades, quase sempre, não contêm um estímulo suficiente para atender o preconizado internacionalmente, de 60 minutos diários. Por outro lado, estudos recentes comprovam que as crianças de hoje passam três horas ou mais à frente da TV ou computador.

O XXI Congresso Brasileiro de Cardiologia Pediátrica, III Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular Pediátrica e III Fórum de Cardiopatias Congênitas no adulto continuam até domingo, no Hotel Pestana, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Jornalista Responsável - Alan Rodrigues - DRT 1.625/BA

 

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